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Vini Jr., presente!, por Izaías Almada

Real Madri – Divulgação

Vini Jr., presente!

por Izaías Almada

Para não fugir aos costumes cada vez mais em moda, fui até a Wikipédia, esse irregular dicionário mundial digitalizado, para saber um pouquinho sobre as invasões bárbaras na Península Ibérica, mais especificamente na Espanha.

Isto por uma razão muito simples: muitos países europeus ainda não perderam o hábito de considerarem a raça branca como uma raça superior, atitude que levou um simples pintor de paredes austríaco a tentar impor a raça ariana como protótipo de eugenia, inteligência e poder perante o mundo dito incivilizado.

Os testemunhos históricos conhecidos apresentam os godos (de origem germânica), e os seus ramos ostrogodo e visigodo, como uma comunidade em migração desde o século I até o século VIII D.C, e deslocando-se sucessivamente da foz do Rio Vístula na atual Polônia para as margens do Mar Negro, para a Itália e para a Península Ibérica.

Ah! Então está explicado: origem germânica, a mesma origem do pintor de paredes austríaco?…

Misturados ao Império Romano e suas legiões de soldados, nos primeiros anos da Era Cristã, godos, ostrogodos e visigodos, saíram distribuindo violência pela Península Ibérica e norte da África.

Como no cinema fazemos aqui um corte para mil e duzentos anos depois: Valência, Espanha, ano de 2023.

Valência é uma cidade portuária que fica na costa sudeste da Espanha, onde o rio Túria encontra o Mar Mediterrâneo. Foi fundada pelos romanos, tornando-se uma das mais antigas cidades da Espanha atual.

Nela, os fanáticos torcedores de futebol da cidade, todos brancos e visigodos de origem vão ao Estádio Mestalla para apoiar seu querido time – o Valencia – e, sendo preciso, agredir aos seus adversários, de preferência os negros a que chamam de “macacos”.

Parabéns, VINI JR., você mostrou ao mundo que não abaixa a cabeça. O que vem de baixo não o atinge!

Fora com o racismo, fora com o fascismo! Supremacia branca é coisa para mitos, sejam eles da antiguidade clássica ou do caipirismo fascista brasileiro.

Izaías Almada é romancista, dramaturgo e roteirista brasileiro nascido em BH. Em 1963 mudou-se para a cidade de São Paulo, onde trabalhou em teatro, jornalismo, publicidade na TV e roteiro. Entre os anos de 1969 e 1971, foi prisioneiro político do golpe militar no Brasil que ocorreu em 1964.

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