Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Como não tenho nenhum, cá estou eu a tretar com o todo-poderoso presidente do Brasil, digo da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.
Não satisfeito em nomear quem quiser para o governo federal, ser o verdadeiro dono do orçamento da União, comandar com mãos de ferro seu partido, o PP, e ter uma romaria de apaniguados puxando-lhe o saco 7 dias por semana, 30 dias por mês, 365 dias por ano, inclusive sábados, domingos e feriados, o coroné Lira agora também manda demitir.
Insatisfeito com a presidente da Caixa, Rita Serrano, que aprovou uma exposição de arte (de muito mau gosto por sinal) onde um retrato seu “ornava” uma lata de lixo (arte é arte, ora bolas), o manda-chuva do País chamou o suposto presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na xinxa, e deu o comando: rua!
Como o chefão petista não é bobo nem nada, tratou de defenestrar a antiga auxiliar (mais uma mulher que vai embora do governo mais inclusivo “deff paíff”) e irá nomear, em seu lugar, quem o Seu Lira mandar, afinal, repito, manda quem pode, obedece quem tem juízo, e Lula pode padecer de muita coisa, mas juízo (político) nunca lhe faltou.
O novo presidente da Caixa – mais um desses patrimônios do povo como a Petrobras e o Banco do Brasil – será Carlos Antônio Fernandes. Funcionário de carreira, é bastante próximo dos figurões do centrão e, claro, do próprio Arthur Lira, que não apenas se livrou de quem lhe atirou na lata do lixo (já que os eleitores assim não o fazem) como poderá nadar de braçada também nos bilhões do banco estatal.