No seu livro “Povo, poder e lucro: capitalismo progressista para uma era de descontentamento”, o Prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, faz um apanhado precioso sobre os desacertos da ultrafinanceirização que, a partir dos anos 70, tirou a vitalidade da economia americana, reduziu expectativas de vida e fez com que a nação mais rica do planeta, deixasse de dar direito à saúde e à educação aos mais pobres.
Não se trata de uma obra acadêmica, mas de um livro de guerra, no qual explica de forma didática todos os instrumentos que permitiram a superexploração dos trabalhadores e da classe média pelas grandes corporações; como o conceito de concorrência foi deturpado. E como tudo isso levou ao aumento das disparidades de renda, à redução do dinamismo na economia.
Um dos pontos de discussão é sobre o papel da mídia.
Diz ele:
“As fusões na mídia (entre estações de televisão e jornais), levando ao acesso marcadamente reduzido a diferentes pontos de vista, foram permitidas apenas porque há competição no mercado “relevante” de publicidade.
Isso está errado. Em nenhuma arena a competição é mais importante que no mercado de ideias. Cidadãos bem-informados são essenciais para uma democracia funcional. Uma mídia controlada somente por algumas poucas empresas ou indivíduos abastados fará com que suas visões dominem o discurso nacional.
A competição faz diferença. Um jornal alternativo em uma cidade pode ajudar a supervisionar tanto o conselho municipal quanto o jornal dominante. Além disso, a mídia consolidada é facilmente capturada por indivíduos abastados. Portanto, fusões de empresas de mídia e abusos do poder de mercado devem ser regulados por padrões ainda mais elevados que em outros setores”.
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