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Seminário Fiesp: 17 anos depois, o mesmo diagnóstico e maior desindustrialização, por Luís Nassif

Fiesp, que apoiou impeachment de Dima e governo Bolsonaro, destituiu presidente próximo a Lula – Fiesp/Divulgação

Ontem, na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), em comemoração ao Dia da Indústria, houve um seminário relevante, dia todo, com a presença de Lula, vários ministros, vários especialistas em indústria, crédito, reforma tributária, pequenas e micro empresas.

Presidente do BNDES, Aloizio Mercadante anunciou linhas de financiamento para indústria, microempresas e inovação. MInistro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin falou do novo plano der industrialização, recém-anunciado. O presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva fez um belo discurso mostrando como a financeirização conduzirá o país para o fascismo, e como a única esperança seria o fortalecimento da indústria.

Na parte internacional, houve as palestras da italiana Mariana Mazzucato, do chileno Gabriel Palma e do chileno Mário Cimoli, ex-Secretário Executivo Adjunto da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina). Todos fizeram profissão de fé na indústria, deram receitas sobre políticas industriais, preparando o terreno para o encerramento, com o discurso de Lula em defesa da indústria.

seminário “Industrialização, Desindustrialização e Desenvolvimento”. Participei de uma mesa que contava, entre outros, com os mesmos Gabriel Palma, Mário Cimorelli, mais o maior industrialista brasileira, Antônio Barros de Castro.

O conteúdo das falas é o mesmíssimo de 2005, com 17 anos em que a desindustrialização aumentou ainda mais.

Trecho do artigo:

“Teve marciano no pedaço no seminário “Industrialização, Desindustrialização e Desenvolvimento”, promovido pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e pelo Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) na segunda-feira passada, em São Paulo. Era o cadáver da economia brasileira sendo dissecado pelos especialistas estrangeiros e brasileiros.

Da Universidade de Cambridge, o chileno Gabriel Palma se espantava: “Como nossos bancos centrais podem falar em equilíbrio macroeconômico com desemprego e câmbio apreciado aqui e no Chile? Com a taxa de juros do BC e o capital de giro a 60% ao ano, existe equilíbrio macroeconômico?”.

As excentricidades da economia da jabuticaba não ficaram nisso. Alan Greenspan utilizou toda arte e sabedoria para praticar o minimalismo nos juros. Aumentava as taxas em 0,25 ponto percentual e convencia o mercado de que era uma bomba atômica. Conseguiu a eficácia absoluta de mover o mercado a poder de franzir as sobrancelhas. Aqui, praticou-se o “machomonetarismo” -como Palma definiu-, com Gustavo Franco enfrentando a primeira volatilidade ao aumentar em 20 pontos percentuais os juros. Depois disso, matou qualquer possibilidade de induzir o mercado com movimentos pequenos. Deixou a economia refém dessa loucura”.

No seminário de ontem, o diagnóstico foi o mesmo, sobre os juros do Banco Central, a necessidade de se investir em tecnologia e inovação. Mas em 2005 a desindustrialização era uma ameaça; e hoje em dia, uma realidade massacrante.

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