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'São 365 dias de uma dor interminável', diz pai de ciclista morto no Dique

Familiares e amigos do ciclista Rodrigo Santos Castro, morto em um assalto no Dique do Tororó, se reuniram para lembrar 1 ano da morte, em uma missa. A celebração foi realizada na manhã desta quinta-feira (1º), na Igreja de São Pedro, no centro da cidade.

O pai do jovem, Eliezer Castro, 60 anos, desabafou sobre o período difícil sem o filho. "São 365 dias de uma dor interminável, que não diminui com o passar do tempo. Não só um filho, mas uma companhia maravilhosa que eu tinha em minha vida. É um ano da maior perda da minha vida", disse.

Ele espera que o crime não fique impune. Os dois suspeitos da morte de Rodrigo estão soltos. "Eu quero justiça porque quem fez isso não pode ficar impune ou solto por aí. Desde que Rodrigo morreu, todas as noites eu tenho insônia e acordo de madrugada. Preciso de uma resposta", cobrou Elizer.

Além de Eliezer, outros familiares compareceram à missa, mas não falaram com a imprensa com medo de represálias pelo fato dos suspeitos do crime serem da facção criminosa Bonde do Maluco (BDM). "Escolhi a Igreja de São Pedro porque foi onde fizemos a missa de 7° dia dele com um sentimento que se mantém até hoje. Eu e os familiares continuamos sofrendo e pedindo forças para seguir lutando por ele daqui", finalizou Eliezer.

Questionada sobre o processo de investigação, a polícia afirmou já ter decretado a prisão de um suspeito, mas não o identificou. Sobre um segundo envolvido, a polícia não respondeu. "A Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR) já tem indicativo de autoria sobre a morte de Rodrigo Castro, vítima de latrocínio, em junho de 2022. A prisão do suspeito foi solicitada pela DRFR ao Poder Judiciário e decretada. O suspeito é procurado pelos policiais", diz nota enviada pela Polícia Civil.

A polícia diz ainda que denúncias sobre o paradeiro do homem podem ser feitas pelo Disque Denúncia da Secretaria da Segurança Pública (SSP), discando 181.

Relembre o caso
O caso, que é investigado como latrocínio seguido de morte, aconteceu no dia 1º de junho de 2022. Rodrigo foi baleado por volta das 21h, quando conversava ao telefone com a namorada. Dois ladrões levaram sua bicicleta. Na época, a namorada de Rodrigo estava grávida. O bebê nasceu em novembro do ano passado.

"Ele estava com fone de ouvido e a gente foi conversando durante todo percurso. Como eu tava no plantão, dava para conversar tranquilo. Chegou o momento do percurso que só ouvi as pessoas que chegaram nele, 'polícia, polícia', cheguei a achar que era uma abordagem. Mas aí teve os tiros. A última coisa que ele falou foi 'Ai, amor, tiro, tiro, tiro'. E acabou. Ele não falou mais, não respondeu, e a ligação continuou", contou a namorada dele, Cíntia, à TV Bahia, na época.

Alarmada, Cíntia acionou um amigo e a mãe do namorado e começaram a buscar por Rodrigo. Ela saiu do trabalho e foi até o HGE, mas já encontrou o namorado sem vida. "Fico indignada porque as pessoas estão matando as outras por nada. Por objetos, um celular, uma bicicleta", lamentou.

Ele chegou a ser socorrido ao Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu aos ferimentos. Segundo os familiares, Rodrigo estava praticando ciclismo para treinar para um concurso da polícia.