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Randolfe, que criticou uso de avião da FAB no governo Bolsonaro, defende Anielle

O senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) defendeu o uso do avião da Força Aérea Brasileira (FAB) pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, para a assinatura de um protocolo de combate ao racismo no esporte durante o jogo entre São Paulo e Flamengo na final da Copa do Brasil na capital paulista. Em março de 2020, no governo de Jair Bolsonaro (PL), o parlamentar considerou “um escárnio” a “utilização desenfreada de aeronaves por autoridades”.

Anielle viajou de Brasília a São Paulo no domingo, 24, para o compromisso de governo que ocorreu no Estádio do Morumbi, palco do segundo jogo da final. Flamenguista, a ministra assistiu à partida ao lado de assessores, que também viajaram na aeronave.

Nas redes sociais, Randolfe disse que a ministra usou a aeronave para trabalhar, “e não para transportar substâncias ilícitas”. “Fiz o L para isso mesmo… Pra que a notícia seja a de que uma ministra de Estado utilizou avião da FAB para trabalhar, e não para transportar substâncias ilícitas”, escreveu.

A ministra foi ao estádio para assinar um protocolo do governo federal em parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O uso do avião da FAB gerou críticas de parlamentares da oposição.

Durante o governo Bolsonaro, Randolfe criticou o uso de aeronaves da FAB por integrantes do governo e sugeriu que o uso dos aviões fosse restringido para “todos”.

“A utilização desenfreada de aviões da FAB por autoridades é um escárnio! Não importa se é o presidente, se é ministro, se é presidente do Senado ou Câmara. O dinheiro público deve ser respeitado e não basta restringir para alguns, tem que cortar para todos!”, publicou na época.

O Estadão procurou o senador, que não respondeu até a publicação deste texto.

O uso de avião da FAB é regulamentado por um decreto presidencial e prevê uma ordem de prioridade: primeiro, em casos de emergências médicas; segundo, quando há razões de segurança; por fim, viagens a serviço.

Em nota nesta segunda-feira, 25, a assessoria do Ministério da Igualdade Racial afirmou que “final da Copa do Brasil foi escolhida para a realização da ação de divulgação pelo alto número de pessoas presentes no estádio e pela grande audiência, típica de uma final de campeonato, independente de quais clubes a disputassem”. “O voo da FAB foi utilizado para uma missão institucional, como é praxe em deslocamentos para ações ministeriais e de governo e como uma medida de economia de gastos públicos para locomover as equipes”, complementou.

Durante a viagem, assessoras da pasta debocharam da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e provocaram a torcida do São Paulo. Após a repercussão do caso, Marcelle Decothé da Silva foi demitida do cargo de assessora especial de assuntos estratégicos do ministério nesta terça-feira, 26.

Também em nota, a pasta disse que “as manifestações públicas da servidora em suas redes estão em evidente desacordo com as políticas e objetivos do ministério” e que a demissão de Decothé foi para “evitar que atitudes não alinhadas a esse propósito interfiram no cumprimento de nossa missão institucional”.

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