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Prestação de contas de Carla Zambelli ao TSE tem fraude e assinatura falsificada

Carla Zambelli com expressão séria e óculos azul
Comerciante negou ter prestado serviços para a campanha de Carla Zambelli (PL) – Reprodução

Os documentos que a deputada Carla Zambelli (PL) entregou à Justiça Eleitoral como prestação de contas têm indícios graves de fraude, o que em última instância pode levá-la a responder a um processo criminal e perder seu mandato.

Os registros apresentados pela parlamentar para comprovar serviços supostamente prestados a ela nas eleições do ano passado incluem o nome de um comerciante do interior paulista que alega nunca ter trabalhado na campanha. Além disso, a assinatura que aparece nos papéis como se fosse dele foi falsificada.

De acordo com a coluna de Rodrigo Rangel no Metrópoles, o nome do comerciante integra a lista de doadores e a de campanha, algo comum em situações em que os candidatos precisam registrar serviços de quem atuou como voluntário ou quem usou o próprio dinheiro em favor da candidatura sem repassar os valores diretamente ao comitê.

A diferença desse caso é que o homem afirma que não teve qualquer relação com a campanha de Zambelli. Sendo assim, seu nome foi incluído de forma indevida na documentação que ela entregou à Justiça Eleitoral.

Roberto Habermann, morador de Ribeirão Preto, disse que ficou espantado ao saber que seu nome consta na prestação de contas da parlamentar, com um valor de R$ 870 que teria sido doado à campanha a título de prestação de serviços.

Roberto Habermann sorrindo
O comerciante Roberto Habermann – Reprodução

“Vi meu nome como doador e aquilo me causou estranheza. Não tenho nada contra a Zambelli, gosto dela. Mas achei estranho colocar meu nome sem me notificar, sem me avisar. (…) Nunca trabalhei para essa moça, nunca participei de nenhuma carreata, bandeiraço, nada. Não tenho nenhum vínculo”, pontuou ele, que é apoiador declarado de Jair Bolsonaro (PL).

O comerciante contou que, em 2018, participou de um grupo de discussão política com apoiadores de Jair Bolsonaro, então candidato à presidência, e que os encontros eram coordenados por Camilo Calandreli. Mais tarde, Calandreli foi nomeado secretário parlamentar de Carla Zambelli e passou a atuar ainda na tentativa de criação do Aliança pelo Brasil, partido que não saiu do papel.

Ele coletava nomes de apoiadores e números de seus documentos e Habermann acredita que pode ter sido em um desses encontros que seus dados foram coletados. “Meu nome foi jogado num lugar, numa vala, que eu não conheço”, reclamou.

Sidney de Sá das Neves, presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB, a Ordem dos Advogados do Brasil, explicou que correções em casos de possíveis irregularidades nesse tipo de prestação de contas podem ser feitos em até 15 dias após a diplomação.

No caso de Zambelli, o prazo já se esgotou, então restaria a possibilidade de se fazer uma investigação por uso de informações falsas. Dependendo da investigação, a parlamentar pode ser processada e enquadrada em um artigo do Código Eleitoral que prevê pena de até cinco anos de prisão para quem insere em documentos públicos declaração falsa para fins eleitorais. Se for condenada, pode perder o mandato e ficar inelegível.

A assessoria de imprensa da parlamentar não se pronunciou sobre a falsificação de assinatura, se limitando a dizer que os contratos “foram preenchidos e assinados pelos próprios voluntários, no momento das ações”. A equipe também negou que Roberto Habermann tenha ido a um evento com Zambelli em setembro do ano passado.

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