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Pedestres reclamam de insegurança nos subsolos do Eixão e do Eixinho

Sensação de perigo constante e medo de roubo do celular ou da mochila ao longo da noite é uma realidade da insegurança pública enfrentada por pedestres que são assaltados em passagens subterrâneas de Brasília, especialmente nas Asas Sul e Norte. Seja na ida para o trabalho em um comércio próximo ou ao caminhar rumo a um ponto de ônibus, as vítimas relatam que, na maioria das vezes, preferem ultrapassar as seis faixas do Eixão e as duas do Eixinho para chegar ao destino final, mesmo que isso signifique correrem risco de atropelamento.

Diarista de um apartamento na 109 Norte, Rosângela Cardoso Silva, 41, relata que teve a bolsa roubada em uma passagem, por volta das 17h40, em novembro do ano passado, por dois criminosos. "Tem um rapaz que costuma aparecer por aqui à espera de novas vítimas. Na semana passada, ele assaltou uma colega no ponto de ônibus em cima da passagem subterrânea. Dependendo da hora, eu vou por cima, pelo Eixão e Eixinho", afirma.

Alvos

Há cerca de dois anos, o risco à vida também tem sido rotineiro para a assistente de cabeleireiro em uma loja da Asa Norte Ana Cristina Santas, 24, que confirma: as mulheres são o alvo principal dos bandidos. "Deveria ter mais policiamento aqui, porque costumo passar por cima para me livrar dos assaltos e não costumo ver PMs embaixo. Às vezes, passo até pelo Eixão, porque os bandidos ficam esperando a gente se aproximar", explica Ana.

Ana Cristina Santas, 24, prefere passar por cima da passagem subterrânea, na Asa Norte, para evitar o crime
Ana Cristina Santas, 24, prefere passar por cima da passagem subterrânea, na Asa Norte, para evitar o crime (foto: Ed Alves/CB/DA.Press)

Vulnerabilidade

Em janeiro do ano passado, a vendedora Milena Thauany, 29, tomou um susto quando voltava do trabalho, em torno das 17h, na comercial da 209 Norte, e avistou um criminoso de longe. Ele estava indo para o ponto de ônibus na volta para casa, no Guará 2, e um rapaz a ameaçou com uma arma branca. "A gente se sente muito insegura e vulnerável, não importa a hora", avalia.

No subsolo, o criminoso puxou um facão da calça e foi para cima de Milena. Ela conta que a reação imediata foi correr, mas o suspeito a puxou pela mochila. "Nessa hora, joguei o celular no chão. Ele pegou o aparelho e me soltou. Um motoboy que pegava encomendas na loja começou a gritar e depois retornou contando que os policiais tinham prendido o rapaz", conta a lojista.

Opção

O estudante de direito do Centro Universitário de Brasília (Ceub) Gabriel Paulino, 20, é outro que prefere a alternativa de passar pela pista quando volta da faculdade. "Já vi pessoas suspeitas e tomo um pouco mais de cuidado", afirma. Quando precisa ir a um lugar perto de casa, ele atravessa o Eixão. "À noite, tem menos trânsito. Sei que é perigoso, mas é melhor", opina.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) informa que a Polícia Militar do DF tem dado prioridade ao uso de motocicletas durante o policiamento feito nas passagens subterrâneas, para facilitar o deslocamento das equipes. Mas reclama que "não há muitos chamados para crimes ocorridos nesses locais".

  • Ana Cristina prefere passar por cima da passagem subterrânea, onde se sente mais segura Ed Alves/CB/DA.Press

  • Em novembro de 2022, Rosângela Cardoso Silva, 41, teve a bolsa roubada em uma passagem subterrânea perto da 109 Norte Ed Alves/CB/DA.Press

  • "Já vi pessoas suspeitas e, por isso, tomo muito cuidado", diz o estudante Gabriel Paulino Ed Alves/CB/DA.Press

  • Pedestres reclamam da falta de policiamento em passagens subterrâneas Ed Alves/CB/DA.Press

  • 25/09/2023 Credito: Ed Alves/CB/DA.Press. Cidades. Insegurança nas passagens subterraneas Asa Norte e Asa Sul. Ed Alves/CB/DA.Press

Registros

A SSP-DF destaca a importância do registro de ocorrências por parte da população, para ajudar em estudos que indiquem dias, horários e locais de maior incidência de cada crime — dados importantes para a elaboração de estratégias para o policiamento ostensivo em tais áreas. O registro de ocorrência pode ser feito nas delegacias e também por meio da Delegacia Eletrônica, disponível no site www.pcdf.df.gov.br/servicos/delegacia-eletronica. Em caso de emergências, está disponível o telefone 190, da PMDF.


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