A morte do torcedor são-paulino Rafael dos Santos Tercilio Garcia, 32 anos, no domingo (24/9), foi causada pela munição bean bag, que é usada pela Polícia Militar de São Paulo (PMESP) desde 2021. Esse equipamento é uma pequena esfera de chumbo disparada por uma espingarda calibre 12, em substituição aos projéteis. A munição foi adotada pela corporação sob a justificativa de ser menos letal.
A Polícia Militar informou que as bean bags continuarão a ser usadas, mesmo após a morte do torcedor. Os policiais envolvidos na ocorrência não foram afastados e a corporação aguarda os resultados da apuração interna para saber se de fato o disparo foi feito por um agente ou outra pessoa. São Paulo é o primeiro estado do Brasil a usar esse tipo de munição, que surgiu nos Estados Unidos.
Segundo a Polícia Militar, os agentes que usam esse tipo de munição devem passar por treinamentos. Pelo protocolo da corporação, o disparo deve ser feito a uma distância mínima de 6 metros, pois quanto mais perto a munição é disparada, maior é o risco da pessoa atingida sofrer graves lesões.
O Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) trabalha com a hipótese que a bean bag foi lançada contra o torcedor são-paulino a uma distância muito curta.
"Na ocasião, os policiais militares realizaram ações de controle de multidão com uso de munições de menor potencial ofensivo como bean bags, elastômero e jatos de água. A Polícia Militar instaurou também um inquérito policial militar (IPM) e apura rigorosamente toda a ação ocorrida no último domingo. Qualquer excesso por parte dos policiais que eventualmente seja identificado, será devidamente investigado e responsabilizado", afirmou a Secretaria de Segurança Pública do estado, ao Correio.
Relembre o caso
Após o fim do jogo entre São Paulo e Flamengo, que disputavam a final da Copa do Brasil, o clima foi marcado por confusões. Torcedores do time paulista entraram em conflito com a Polícia Militar. As autoridades usaram bombas de efeito moral, jatos de água, bean bags, golpes de cassetete e a presença da cavalaria para liberação dos ônibus do Flamengo rumo ao Rio de Janeiro.
O caso foi registrado como "promover tumulto e homicídio" na Delegacia de Polícia de repressão aos delitos de intolerância esportiva (DRADE) e está sendo investigado pelo Departamento de homicídios e proteção à pessoa (DHPP).
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