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Número de mortes causadas por superbactérias cresce, mas o de pesquisas para combatê-las cai

Crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou, esta semana, o relatório “Incentivando o Desenvolvimento de Novos Tratamentos Antibacterianos 2023”, em que conclui que a indústria farmacêutica está abandonando as pesquisas de novos antibióticos, enquanto o número de mortes causadas pelos micro-organismos superou a marca de 1,2 milhão.

As superbactérias podem causar pneumonia, infecção urinária e da corrente sanguínea. Taquicardia, febre e inchaço são alguns dos efeitos da infeccção, que pode evoluir para um quadro de falência múltipla dos órgãos.

Mesmo diante deste cenário, a OMS apontou que o número de pesquisas em desenvolvimento para produzir novos antibióticos é insuficiente ante a crescente resistência antibacteriana. Apenas 77 estudos estão em andamento, e a maioria deles deriva de antibióticos já existentes no mercado.

Mercado mais lucrativo

A organização ressalta ainda que grande parte dos antibióticos encontrados no mercado é da década de 1980. As bactérias, no entanto, se tornam resistentes cada vez mais rápido, fazendo com que o portfólio atual de remédios fique obsoleto.

Desta forma, as maiores indústrias farmacêuticas, como Sanofi, Medicines, Allergan e Novartis, deixaram de investir em pesquisas, já que o retorno financeiro não cobre os custos do desenvolvimento, produção e distribuição dos novos antibióticos para apostar na área oncológica, que é mais lucrativa.

Na contramão

Enquanto as indústrias negligenciam as superbactérias, o setor público tenta encontrar alternativas para minimizar o problema.

Uma pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), publicada na revista Clinical Infectious Diseases, mostrou a efetividade de ações para reduzir a contaminação por superbactérias nas áreas de internação de pronto-socorro.

Para reduzir a incidência, é preciso identificar rapidamente os infectados, isolando-os o quanto antes. Mas a internação por mais de dois dias compromete os esforços de contenção.

De acordo com a OMS, em relatório de 2022, a cada 100 pacientes internados, sete – em países de alta renda – e 15 – em países de baixa renda – adquirem pelo menos uma infecção, entre os quais 10% vão a óbito.

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