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Lula é operado com sucesso do quadril

A cirurgia de quadril a que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi submetido nesta sexta-feira (29) transcorreu “sem intercorrências” e a previsão é de que ele saia do hospital até a próxima terça-feira.

“O procedimento transcorreu sem intercorrências, o presidente se encontra acordado, indo para a recuperação pós-anestésica”, informou Roberto Kalil Filho, médico pessoal de Lula, em coletiva de imprensa, após a cirurgia no hospital Sírio-Libanês em Brasília.

O presidente, que completa 78 anos em outubro, foi operado no quadril entre as 12h e as 13h13. Depois, foi submetido a uma blefaroplastia para remoção de excesso de pele nas pálpebras, segundo os médicos, para aproveitar a anestesia geral.

Lula “respondeu muito bem à anestesia” e será transferido em breve para o quarto, sem passar por cuidados intensivos, explicou Kalil.

Ele deve permanecer hospitalizado até segunda ou terça-feira.

O presidente foi operado com o objetivo de colocar uma prótese para aliviar as dores de uma artrose, das quais ele se queixa há pelo menos um ano.

“Já sairemos daqui do hospital com o presidente levantando e andando. Hoje, ele já esta se movendo, a recuperação dele tende a ser excelente”, disse a médica Ana Helena Germoglio, coordenadora da equipe de Saúde da Presidência.

Suas atividades oficiais serão alternadas com sessões de fisioterapia, acrescentou.

– Permissão para viajar à COP28-

Lula havia reduzido sua agenda nos últimos dias e usou máscara em suas últimas aparições em Brasília.

Se tudo correr conforme o previsto, espera-se que ele retome as viagens internacionais no fim de novembro para participar da Conferência da ONU sobre o Clima, a COP28, nos Emirados Árabes Unidos.

“Com certeza, o presidente estará autorizado a participar da COP”, afirmou Kalil.

Lula sofre de artrose no quadril direito, um desgaste na cartilagem que reveste as articulações e pode limitar os movimentos.

Os médicos confiam que, após a cicatrização, a cirurgia se mostre “eficiente” contra a dor articular.

Na segunda-feira, Lula revelou que começou a sentir dores na cabeça do fêmur em agosto do ano passado, ainda durante a campanha eleitoral.

Desde então, os sintomas se intensificaram, causando-lhe dificuldades para dormir, se sentar ou ficar de pé. As dores também o deixam de “mau humor”.

– Sem muletas à vista –

Mas o presidente decidiu adiar a cirurgia, temendo – segundo ele próprio admitiu – passar uma imagem de fragilidade. Ao contrário, após tomar posse, assumiu o comando de uma diplomacia hiperativa e deu a volta ao mundo para se reunir com líderes estrangeiros e participar de encontros multilaterais.

E, no âmbito doméstico, manteve o mesmo ritmo: visitou vários estados do país, discursou e participou semanalmente de seu programa, “Conversa com o Presidente”, transmitido nas redes sociais.

Nas próximas semanas, Lula terá que caminhar com ajuda de um andador, para garantir o equilíbrio. No entanto, ele disse que por recomendação de seu fotógrafo oficial, não aparecerá em público usando o acessório.

“Você não vai me ver de andador, não vai me ver de muleta, vão me ver sempre bonito, como se não tivesse sido operado”, afirmou, em meio a risos, na terça-feira.

Ex-fumante, Lula foi diagnosticado em 2011 com câncer de laringe, do qual teve remissão total no ano seguinte, após se submeter a rádio e quimioterapia.

Em março deste ano, precisou adiar uma viagem à China por causa de uma pneumonia.

Seu antecessor, o ex-presidente Jair Bolsonaro, de 68 anos, foi hospitalizado várias vezes durante o mandato, especialmente para tratar as sequelas da facada que sofreu na campanha eleitoral de 2018.

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