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Incluir ESG na agenda estratégica é desafio, aponta pesquisa da Deloitte

O ambiente de negócios do Brasil em 2023 traz preocupações para o empresariado. Ainda assim, os executivos entendem que a sustentabilidade dos negócios depende da busca contínua de eficiência e produtividade, por meio de qualificação profissional, inovação e investimentos

A edição de 2023 da pesquisa “Agenda”, elaborada pela Deloitte, contou com a participação de 501 empresas, cujas receitas líquidas totalizaram R$ 2,1 trilhões em 2022 – o que equivale a 21% do PIB brasileiro. Do total da amostra, 7% são da região Nordeste e, juntas, elas totalizam R$ 32 bilhões em receitas. As respostas do levantamento foram coletadas entre fevereiro e março de 2023. 

Quando questionados sobre os principais desafios para adoção e aceleração das práticas relacionadas à responsabilidade ambiental, 45% dos respondentes da Agenda 2023 no Nordeste apontaram entraves para incluir o tema na agenda estratégica da empresa. 

Os outros desafios apontados, em respostas múltiplas, foram: a difícil mensuração de resultados para comprovar viabilidade (41%), dificuldade em identificar ações, soluções ou projetos na empresa (41%), falta de acesso ao financiamento de projetos (38%), baixo nível de incentivo do setor público (24%) e questões regulatórias (3%).  

Em comparação com a amostra nacional, os itens que tiveram mais diferença foram questões regulatórias, um problema para 18% dos respondentes, e falta de acesso ao financiamento de projetos, um entrave para 22% dos participantes da pesquisa.

O sócio-líder de Market Development da Deloitte, João Gumiero diz que o ambiente de negócios preocupa o empresariado brasileiro. (Imagem: Divulgação)

“A Agenda é uma pesquisa tradicional da Deloitte que funciona como um ótimo termômetro anual das intenções e preocupações do empresariado para cada ano. O que podemos concluir sobre 2023 é que o ambiente de negócios preocupa o empresariado brasileiro, por fatores como o risco inflacionário, altos níveis das taxas de juros e a discussão sobre a reforma tributária. Assim, o desafio de buscar eficiência e produtividade nas atividades, sempre com bons resultados e crescimento, permanece no radar das empresas. Os executivos brasileiros sabem que uma agenda de investimentos estratégicos será fundamental para transformar as atividades das empresas, a fim de que mantenham a competitividade”, destaca João Gumiero, sócio-líder de Market Development da Deloitte.

A nova edição da pesquisa ‘Agenda’, realizada anualmente pela Deloitte, organização com o portfólio de serviços profissionais mais diversificado do mundo, revela que em 2023, as principais preocupações e desafios para os empresários da região Nordeste são aumentar a produtividade/eficiência (84%), aumentar as vendas (75%), melhorar as margens de resultados (72%), obter mão de obra qualificada (62%) e manter a boa margem da marca (59%). 

Em busca de superar esses gargalos, os entrevistados na região devem fomentar a inovação ao investirem em treinamento e formação de profissionais (81%), novos produtos ou serviços (67%), pesquisa e desenvolvimento (61%) e parcerias com startups (43%). Já o estímulo direto à expansão deve vir pelo investimento em novas máquinas e equipamentos (64%), ampliação de pontos de venda (21%) e parques fabris (27%) e abertura de novas unidades de produção (24%).

De acordo com a pesquisa, a maior parte do empresariado do Nordeste deve aumentar (49%) ou manter o quadro de profissionais. Dos que pretendem manter, 15% realizará substituições por profissionais mais qualificados, em busca de atender necessidades tecnológicas. Esta é, inclusive, uma preocupação presente: 88% dos entrevistados da região devem aumentar ou manter ações voltadas a qualificação tecnológica. 21% dos entrevistados devem diminuir o quadro de funcionários, dos quais 12% apontam redução de custos como principal motivo. 

Quase um terço (30%) dos líderes das empresas da região esperam um aumento superior a 10% nas vendas em 2023 em relação ao último ano, sendo que 15% preveem crescimento acima de 20%. Na mediana das respostas, a expectativa geral é de expansão de 7,1% nas vendas. Participar de licitações está no radar de 24% dos respondentes; 12% devem participar de concessões ou privatizações e 9% pretendem adquirir outras empresas. 

Edson Cedraz, sócio-líder da Deloitte na região nordeste diz que empresas estão investindo na inovação para driblar dificuldades. (Foto: Divulgação)

"Nossa pesquisa revela que as empresas do Nordeste enfrentam desafios significativos para aumentar sua produtividade e vendas em 2023. No entanto, é encorajador ver que muitas estão investindo em inovação, qualificação e migração para cloudtransformação digital, a fim de superar esses obstáculos e expandirem seus negócios. Essas estratégias ajudarão a garantir a competitividade das empresas no mercado e a contribuir para o crescimento econômico da região”, destaca Edson Cedraz, sócio-líder da Deloitte na região Nordeste.  

Inflação acima de 5% é apontado como maior risco para o ambiente de negócios 
Entre os maiores riscos para o ambiente de negócios no ano, a inflação acima de 5% foi a mais mencionada pelos empresários – 84% dos respondentes do recorte do Nordeste apontaram essa preocupação, em linha com os 75% registrados na média nacional pela pesquisa. Risco de uma crise política ou institucional (81%), Selic acima de 10% (78%), aumento da dívida pública (63%) e inflação global (63%) também preocupam o empresariado. 

Oito em cada dez avançam em cloud; mais de 20% usarão Inteligência Artificial 
Enquanto um terço (33%) das empresas já migrou quase a totalidade de seus dados para o serviço de cloud, 49% se encontram em algum estágio dessa jornada. Do total de empresas, a maior parte (74%) já migrou documentos digitais de gestão, como planilhas eletrônicas, relatórios, apresentações e e-mails; 69% migraram aplicações ERP (softwares ou aplicações de gestão empresarial); 62%, contratos digitais. A Inteligência Artificial (IA) está nos planos: 21% pretendem iniciar os investimentos em I.A. em 2023, enquanto 9% já utilizam a tecnologia e 33% a testam. Quase um terço (30%) não utiliza I.A e nem pretende; 7% não souberam responder. 

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