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Horizonte promissor: indústria baiana assegura investimentos para voltar a crescer

O cenário para a indústria baiana ainda é de retomada. Afinal de contas, os efeitos da pandemia ainda são sentidos nos diversos setores da economia, o que se soma a fatores como as incertezas quanto ao novo governo e instabilidade internacional em meio a conflitos bélicos (Rússia-Ucrânia) e comerciais (Estados Unidos-China).  

No período acumulado de janeiro a dezembro de 2022, a produção do setor industrial na Bahia registrou alta de 2,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com dados analisados pela Superintendência de Estudos Sociais e Econômicos da Bahia (SEI).

O destaque, no ano passado, ficou por conta de quatro setores. Os Derivados de Petróleo (21,6%), que obtiveram a principal influência positiva no período, justificada pelo aumento da fabricação de óleo combustível, diesel e naftas para a petroquímica; Celulose, Papel e Produtos de Papel (2,4%), Minerais Não Metálicos (6,1%) e Equipamentos de Informática, Produtos Eletrônicos e Ópticos (61,9%). 

O superintendente da FIEB, Vladson Menezes, destaca a necessidade de a indústria superar os desafios
(Foto: Lúcio Távora/ Coperphoto/ Sistema Fieb)

Em relação ao primeiro bimestre de 2023, os dados disponíveis da atividade industrial na Bahia apontam um resultado negativo no acumulado de 5,3% na Indústria de Transformação, influenciado pelos setores de refino (- 13,4%) e química (- 7,8%).

“Estes segmentos foram impactados por uma desaceleração do mercado internacional e, no caso particular do refino, houve uma retomada da atividade após uma parada no último trimestre do ano passado, e espera-se um crescimento nos próximos meses”, contextualiza o superintendente da FIEB, Vladson Menezes. 

Retomada gradual
Setores como o de energias renováveis, papel e celulose e alimentos e bebidas, contudo, apresentaram resultados animadores nos primeiros meses deste ano. A Bahia encerrou o primeiro trimestre como líder nacional na geração de energia eólica, sendo responsável por 34,2% da geração acumulada. 

Parque Solar São Pedro, em Bom Jesus da Lapa. Bahia tem sido protagonista em energias renováveis
(Foto: Atlas Renewable Energy)

De acordo com dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), os 272 parques em operação foram responsáveis pelo investimento de mais de R$ 34 bilhões e geraram cerca de 74 mil empregos em toda a cadeia produtiva. Outros 65 empreendimentos, atualmente em construção, devem entrar em operação até 2027, e 182 que ainda serão construídos têm previsão para 2029. 

Diferencial competitivo
“A Bahia possui um excelente diferencial devido aos excelentes aspectos naturais que são favoráveis para as instalações de parques eólicos e solares fotovoltaicos. O Estado apresenta uma ótima cartilha de incentivos fiscais para empreendimentos de geração de energia por fonte renovável como é o caso da energia eólica, solar fotovoltaica, biomassa e hidrogênio verde”, destaca o secretário da SDE, Angelo Almeida.

A mineração tende a ser outra indutora relevante do crescimento industrial do estado. Conforme um levantamento do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), a Bahia receberá em torno de US$ 13 bilhões em investimentos no período 2020-2024, o equivalente a 35% do total do país. 

Investimentos previstos
“Certamente outros investimentos virão a partir de 2024. Temos o exemplo da Unigel, que pode ter a primeira planta de produção de hidrogênio verde em escala industrial do país, além da perspectiva de atrairmos a BYD, tanto na produção de baterias como de veículos elétricos”, projeta Menezes. 

Também merecem destaque os investimentos que a Unipar, maior produtora de cloro e soda da América do Sul, fará em sua nova fábrica no Polo Industrial de Camaçari. A unidade, com capacidade de 20 mil toneladas por ano de cloro e 22 mil toneladas de soda cáustica, contará com aportes de R$ 234 milhões, e deverá entrar em operação no segundo semestre de 2024.

Demanda crescente
O objetivo é atender à demanda crescente de ácido clorídrico, hipoclorito de sódio e soda cáustica no mercado local, em especial no Nordeste, impulsionada pelo novo Marco Legal do Saneamento. De acordo com a companhia, a nova unidade foi projetada com a mais segura, moderna e ecoeficiente tecnologia de produção de cloro/soda cáustica.

Rodrigo Cannaval, diretor-executivo da Área Industrial do Grupo Unipar: estratégia de crescimento sustentável
(Foto: Unipar/ Divulgação)

“Por meio deste projeto, a Unipar dá mais um importante passo na sua estratégia de crescimento sustentável. Seguimos buscando oportunidades de crescimento em três vertentes: expansão no negócio core (cloro e derivados, soda cáustica e PVC) no Brasil e outras regiões; ampliação em negócios adjacentes ao core, e entrada em novos negócios na química básica e petroquímica, historicamente no DNA da Unipar”, pontua o diretor-executivo da Área Industrial do Grupo Unipar, Rodrigo Cannaval. 

Para a indústria baiana voltar a crescer em níveis exponenciais, o superintendente da FIEB, Vladson Menezes, alerta para a necessidade de o setor superar os principais desafios de ordem estrutural. “Falta de infraestrutura adequada e com custos competitivos, oferta de mão de obra qualificada, elevado custo do capital, insegurança jurídica e excesso de burocracia.” 

Polo celebra 45 anos de história
Fundamental para o desenvolvimento da indústria baiana, o Polo Industrial de Camaçari completará 45 anos no próximo dia 29. Responsável por 15% do total exportado pelo estado, o complexo emprega 40 mil pessoas (10 mil diretamente e 30 mil indiretamente) e gera mais de R$ 3 bilhões/ano em ICMS para o Estado da Bahia, segundo dados do Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic). 

“Sempre mantendo o foco na expansão, atraindo empreendimentos em diferentes segmentos industriais, o Polo de Camaçari é um exemplo de sucesso na sua capacidade de superar adversidades, com uma trajetória baseada na competitividade, diversificação industrial e complementação de suas cadeias produtivas a partir de um perfil de gestão moderno e inovador”, define o Cofic. 
 

ALGUNS INVESTIMENTOS PREVISTOS

. BAMIN: R$ 20 bilhões em projetos de solução logística integrada;

.BYD: R$ 3 bilhões na construção de três fábricas;

. Acelen: R$ 1,1 bilhão em eficiência energética e modernização;

. Basf: R$ 350 milhões para redução de CO2 na fábrica de Camaçari;

. Unipar: R$ 140 milhões na fábrica de Camaçari;


INDÚSTRIA BAIANA EM NÚMEROS

. 21,8% do PIB do Estado (IBGE);
. Responde por 16,6% do emprego formal no estado (Setre);
. Produziu 69,5% das exportações baianas em 2021 (Secretaria de Comércio Exterior);
. Contribuiu com cerca de 57% da arrecadação de ICMS do Estado em 2020 (Sefaz).

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O projeto Indústria Forte é uma realização do jornal Correio com o patrocínio da Acelen e Unipar, apoio institucional da FIEB e apoio da Braskem e Wilson Sons.