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Fica incongruente ter investigados na Comissão, questiona titular da CPMI atos antidemocráticos

A primeira reunião da CPMI dos atos antidemocráticos foi conduzida entre tumultos no Congresso nesta quinta-feira (25). A formação da mesa ficou com Arthur Maia (União-BA) na presidência e os senadores Cid Gomes (PDT-CE) e Magno Malta (PL-ES) como vices. Eliziane Game (PSD-MA) foi o nome escolhido para a relatoria da comissão que vai investigar os ataques aos Três Poderes, ocorridos no dia 8 de janeiro.

Veja aqui destaques da primeira reunião da CPMI que investiga os ataques do dia 8 de janeiro

Com discussões, disputas de narrativas e críticas para a relatora, a reunião contou com tumultos entre a base do governo e nomes da oposição. Para a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), os ataques são de origem de aliados da antiga gestão bolsonarista, com argumentos sem fôlego. Com a palavra, ela reafirmou o evento no início do ano se tratou de golpe, e que haverá judicialização de mais nomes além dos já investigados no Supremo.

“Estamos estudando como será manter uma CPI com pessoas investigadas, já que há ali pessoas com acesso a provas e documentos, Assim, fica algo incongruente, tendo investigado investigando; isso pode levar a obstrução de justiça, por exemplo”, ponderou a deputada para a IstoÉ.

Na reunião, a fala de Jandira foi reforçada pela deputada Duda Salabert (PDT-MG).

“Presos no dia 8 de janeiro foram peixes pequenos; precisamos chegar nos ‘tubarões’, que são os mandates, articuladores e financiadores. Pessoas que atuaram ou financiando campanhas de parlamentares que estão aqui agora”, declarou.

Da lista de titulares da Comissão, o deputado André Fernandes (PL-CE), por exemplo, é investigado por vídeos publicados no Twitter convocando “ato contra o governo Lula”, e afirmado que estaria presente nos ataques em janeiro.

Congresso instala CPMI dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro

Nomeada relatora, a senadora Eliziane Gama foi interrompida em sua fala diversas vezes. Ela reforçou que houve tentativa de golpe em Brasília. “Me enche de honra, mas muita responsabilidade, pelo foco da investigação dessa CPI, que é um dos atos mais terríveis da história brasileira. Nem nos momentos mais terríveis da ditadura vimos o que vimos no dia 8 de janeiro”, disse a senadora.

A oposição criticou argumentos de figuras da base em diferentes momentos. Marcos Feliciano (PL-SP) chamou o senador Magno Malta de herói e coloquei em xeque o golpe. “Golpe que aconteceu sem coturno, sem arma de fogo, golpe sem tanque de guerra. Vocês acabam com a vida das pessoas assim. Não vamos rotular essas pessoas de terroristas”, disse.

Como suplente da Comissão, Nikolas Ferreira (PL-MG), suplente na CPMI, defendeu que os golpistas na porta dos quartéis estavam ali de forma pacífica, chamando-os de patriotas. Ele comparou a ocorrido com o apoio de militantes na época em que o presidente da República esteve preso. “Foram vocês que já levantaram narrativas no primeiro dia de CPMI. Quando nos acusam de fazer tumulto, ficaram nos chamando de genocidas, fascistas, homofóbicos, e dizem para não causarmos tumulto”, falou.

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