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Entregadores de aplicativos fazem paralisações em busca de remuneração justa

A partir desta sexta-feira (29/9), os entregadores de aplicativos vão organizar uma paralisação nacional. A manifestação dos motoboys terá impacto direto nos pedidos feitos em aplicativos de delivery e tem pretensão de durar até domingo (1º/10).

As ações ocorrem em um momento de demora do governo federal para discutir a regulamentação do trabalho por aplicativos. As negociações entre os trabalhadores e empresas sobre o tema não deram certo até o momento, porque as empresas se recusam a distribuir de forma justa parte dos lucros que fazem parte do fruto do trabalho dos entregadores.

Segundo Du Colt, um dos responsáveis pela Associação dos Motofretistas Autônomos do DF (Amae-DF) os aplicativos querem pagar o valor de R$ 17 por hora trabalhada. Ele explica que esse valor é baixo e os motoboys buscam o valor de R$ 35 por hora logada no aplicativo. "Então tem diferença a hora trabalhada e a hora logada, se você não atender a nenhum pedido pode ficar duas, três horas parado, sendo que você está trabalhando. Estamos lutando pela garantia de R$ 35  por hora alugada, então a partir do momento que você está dentro da plataforma logado junto ao aplicativo, o aplicativo é obrigado a pagar você mesmo não tendo pedido", explica.

No Distrito Federal houve a paralisação em diversos shoppings
No Distrito Federal houve a paralisação em diversos shoppings (foto: Reprodução/Divulgação AMAEDF)

Desde maio, representantes dos trabalhadores e das plataformas de aplicativos vêm se reunindo em Brasília para discutir a regulamentação do trabalho por apps. A intenção do governo era anunciar um acordo entre as partes durante a viagem do presidente Lula aos Estados Unidos na semana passada. No entanto, não foi possível chegar a um consenso.

As manifestações ocorrem em todos os estados, mas os principais pontos de manifestação se concentraram em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, principalmente em shoppings das regiões. Em São Paulo, houve um ato em frente a bolsa de valores (Ibovespa), durante o período de pregão — o período diário de negociação de ações entre compradores e vendedores—. Durante a noite haverá a projeção em prédios do DF, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais com as informações sobre a paralisação e os direitos que os trabalhadores estão em busca.

Atos também ocorreram em São Paulo, em frente a Ibovespa
Atos também ocorreram em São Paulo, em frente a Ibovespa (foto: Reprodução/Divulgação AMAEDF)

Os entregadores de aplicativo já compõe uma das maiores categorias profissionais do país, com 1,6 milhões de entregadores. Só no Distrito Federal, são cerca de 30 mil. Além de ser uma categoria numerosa e em crescimento, os trabalhadores por aplicativo têm mostrado um enorme potencial de organização e mobilização. O breque dos apps em 2020 paralisou as entregas de boa parte do país durante a pandemia, obrigando as empresas a negociar.

 *Estagiário sob supervisão de Thays Martins 

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