A Defensoria do Povo da Espanha aceitou um pedido de investigação contra os ataques racistas sofridos por Vinicius Júnior. Um representante da Justiça do país, Ángel Gabilondo Pujol, afirmou que o órgão recebeu as denúncias das entidades do Brasil Ceap (Centro de Articulação de Populações Marginalizadas) e MNDH (Movimento Nacional de Direitos Humanos). A informação é da revista Veja.
O documento cita a última partida em que o atacante brasileiro do Real Madrid foi atacado com ofensas raciais, em partida contra o Valencia no último domingo (21), e ao menos outros 9 episódios similares. A denúncia diz que o racismo é uma questão estrutural no país e pede ações do governo espanhol e da LaLiga contra os crimes.
As entidades brasileiras pedem a instauração de um procedimento administrativo para investigar os casos, que a Federação Espanhola de Futebol adote novas medidas para garantir respeito ao jogador e uma apuração para determinar a responsabilidade do próprio Estado nos episódios. A investigação usa como base artigos do Código Penal e da Constituição da Espanha.
A legislação espanhola, no entanto, não tipifica racismo e cita o crime apenas como “delito de ódio”, que pode ser causado por “motivos racistas”. O termo ainda é alvo do partido de extrema direita VOX, que propôs retirar o trecho sobre motivação racial do Código Penal.
