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Alemanha defende financiamento a ONGs do Mediterrâneo

ROMA, 28 SET (ANSA) – Os ministros das Relações Exteriores de Alemanha e Itália se reuniram nesta quinta-feira (28), em Berlim, para discutir a crise migratória no sul da Europa, em meio às críticas de Roma ao governo alemão por conta do financiamento para uma ONG que realiza resgates no Mediterrâneo.   

Durante o encontro, os ministros Annalena Baerbock e Antonio Tajani coincidiram em cobrar uma “ação europeia” para enfrentar a crise migratória, mas não recuaram em suas posições sobre o apoio a entidades da sociedade civil.   

“Cada vida humana conta, e 95% das pessoas resgatadas chegam à Itália graças aos navios das autoridades italianas. Essa é uma atividade humanitária muito importante e pela qual somos gratos”, disse Baerbock.   

A ministra acrescentou que as entidades que fazem operações de socorro marítimo com embarcações civis também contribuem para lidar com a crise. “Dessa forma, sua atividade tem o nosso apoio”, assegurou.   

O governo alemão vai repassar cerca de 790 mil euros (R$ 4,2 milhões) para a ONG SOS Humanity, que realiza resgates no Mediterrâneo, no âmbito de um programa de até 2 milhões de euros (R$ 10,7 milhões) que também apoiará projetos de acolhimento a deslocados internacionais na Itália.   

“A solução [para a crise] não pode prescindir da humanidade”, reforçou Baerbock. Tajani, por sua vez, disse que os “esforços financeiros dos Estados devem se concentrar em soluções estruturais para a questão migratória”.   

“Ninguém faz guerra contra as ONGs, mas elas não podem ser uma espécie de calamidade para atrair imigrantes irregulares que são levados sempre à Itália porque é o porto mais próximo”, declarou o ministro.   

No início da semana, a premiê Giorgia Meloni enviou uma carta ao chanceler alemão, Olaf Scholz, para questioná-lo sobre o apoio financeiro à SOS Humanity.   

O governo italiano acusa as ONGs do Mediterrâneo de agirem como “fator de atração” para migrantes e refugiados, embora elas sejam responsáveis por menos de 10% dos deslocados internacionais que chegam ao país por via marítima.   

“Os navios das ONGs podem fazer socorros no mar, mas a Itália não pode virar o lugar aonde todas as ONGs levam os migrantes”, afirmou Tajani.   

O governo italiano já instituiu no início do ano um decreto que limitou as atividades de navios humanitários civis no Mediterrâneo, que agora só podem realizar um resgate por missão e frequentemente são orientados a levar os náufragos para portos distantes, reduzindo seu tempo nas áreas mais críticas.   

Mesmo assim, o número de chegadas à Itália segue em alta e já totaliza 133 mil em 2023, quase o dobro do mesmo período do ano passado. (ANSA).   

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