Segundo dados do projeto Primeira Infância para Adultos Saudáveis (Pipas), divulgados pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (25/10), 18,9% das crianças de até 5 anos do Distrito Federal não tiveram atendimento médico na primeira semana semana de vida — índice maior que a média geral, de 14,8%, referente a 13 capitais brasileiras. Os cuidados médicos nessa fase da vida são recomendados por especialistas por serem fundamentais para a redução da mortalidade infantil.
O estudo, realizado com o apoio da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, foram apresentados no X Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância. Os indicadores do projeto foram coletados a partir de dados de 13.435 crianças que participaram da Campanha de Multivacinação de 2022.
Ao Correio, a coordenadora de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente do Ministério da Saúde, Sônia Venâncio, avalia que o índice da ausência de atendimento médico nas primeiras semanas de vida de uma criança pode ter sido influenciado pela pandemia de Covid-19.
"Muitas ações que as equipes desenvolviam rotineiramente foram suspensas de forma temporária. A pesquisa foi feita no ano passado, quando as equipes estavam retomando essas ações. Isso pode ter impactado nesses resultados. O que o Ministério pretende a partir de agora é apoiar a retomada dessas iniciativas", pontua.
A coordenadora explica, ainda, que o contato dos familiares de bebês recém-nascidos com equipes de saúde é um dos eixos estratégicos da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança. Sônia
Números por capitais
- João Pessoa (PB): 28,6%
- Fortaleza (CE): 27,6%
- Aracaju (SE): 20,1%
- Porto Velho (RO): (19,2%)
- Distrito Federal: (18,9%)
- Belém (PA): 17,4%
- São Luís (MA): 16,7%
- São Paulo (SP): 12,3%
- Campo Grande (MS): 8%
- Rio de Janeiro (RJ): 7,6%
- Florianópolis (SC): 6%
- Porto Alegre (RS): 5%
Pré-natal
O estudo também mapeou a quantidade de mães que realizaram pré-natal em seis ou mais consultas. No DF, o número foi de 85,4%. A capital que registrou melhor desempenho foi Florianópolis, com 90,7%. O intuito do acompanhamento médico durante a gestação é permitir um parto com menores riscos para a mãe e para o bebê.
"O acompanhamento periódico e contínuo de todas as gestantes é para assegurar seu seguimento durante toda a gestação, em intervalos preestabelecidos (mensalmente, até a 28ª semana; quinzenalmente, da 28ª até a 36ª semana; semanalmente, no termo), acompanhando-as tanto nas unidades de saúde quanto em seus domicílios, bem como em reuniões comunitárias, até o momento do pré-parto/parto, objetivando seu encaminhamento oportuno ao centro obstétrico, assim como para a consulta na unidade de saúde após o parto", ressalta o Ministério da Saúde.
Diversidade na dieta
Outro ponto analisado no estudo, e que está conectado diretamente à saúde das crianças, é a alimentação. A pesquisa analisou a frequência com que as crianças de 6 a 23 meses consumiram alimentos de seis grupos, categorizados em:
- grãos, raízes e tubérculos;
- leguminosas;
- leite materno, leite não materno e derivados;
- carnes e ovos;
- hortaliças;
- frutas
No quesito da diversidade da dieta em crianças na primeira infância, o DF obteve o melhor desempenho entre as outras doze cidades analisadas: a unidade federativa detém uma taxa de 66% de diversidade no que está no prato das crianças. São Luiz, no Maranhão, registrou o menor índice, com 43,2%. A média nacional foi de 59,2%.
"Garantir a nutrição adequada às crianças envolve ações que promovam a boa nutrição das mães, especialmente durante a gestação, e políticas de suplementação de nutrientes quando se façam necessário", pontuam o Ministério da Saúde e a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal.
Desenvolvimento infantil
Para que uma criança tenham uma infância saudável, também é essencial que elas vivenciem atividades estimuladoras, como ler livros, contar histórias, brincar, cantar, passear ou desenho. No DF, 81,5% das crianças foram envolvidas nessas tarefas. O índice supera a média nacional, que é de 75,6%.
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