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Produção industrial mostra fraqueza da economia, por Luís Nassif

Primeiro dia de competições da Olimpíada do Conhecimento, regional São Paulo. Na foto: Max Wendel Morais Pereira , competidor na área de soldagem . São Paulo (SP) 16.08.2007 – Foto: José Paulo Lacerda

Os dados do PIB (Produto Interno Bruto) do 2o trimestre já mostrava que o crescimento da economia não se dava em cima da atividade de setores com impacto sobre a atividade econômica, mas basicamente sobre a agricultura.

Os dados da Pesquisa Mensal da Indústria do IBGE, referentes ao mês de julho, comprovam essa fragilidade e a enorme dependência que a economia tem das taxas de juros de Roberto Campos Neto.

No mês, em relação a junho, houve uma queda de 0,61% na indústria geral, com queda de 1,42% na indústria extrativa e de 0,41% na indústria de transformação.

Em relação a julho de 2022, a queda foi de 1,46% na indústria em geral e de 2,78% na de transformação. Em 10 anos, a queda da indústria foi de 16,75% e da indústria de transformação de 18,46%.

Pior, quando se analisam as grandes categorias econômicas. No mês, a maior queda foi de bens de capital, com -7,35%, aqueles que servem para levantar novas empresas.

Em relação a 12 meses atrás, a queda dos bens de capital chegou a 16,64%.

Tomado-se julho de 2013 como base 100, percebe-se o enorme estrago no tecido industrial brasileiro.

Uma análise das maiores altas e maiores quedas setoriais mostrará que as altas foram em setores relevantes, com baixa capacidade de multiplicação; e as quedas em setores de maior peso.

Na análise mais abrangentes, por grupos e setores selecionados, percebe-se que, em 12 meses, 34 setores registraram alta contra 48 em queda.

Mais do que nunca, a economia fica nas mãos de dois personagens não confiáveis. No Banco Central, Roberto Campos Neto, cujo objetivo maior é a inviabilização política do governo. E, aparentemente, vai conseguir levar a Selic em dois dígitos até o próximo ano. Como há uma defasagem de tempo entre redução de juros e efeito na demanda, é possível que o país chegue nas próximas eleições com uma economia esquálida. O único trunfo será uma eventual rodada de alta nas commodities.

No campo político, o presidente da Câmara Arthur Lira faz o previsto. Na hora que chegou a cobrança de impostos sobre os bilionários, vai arrumando álibis para endurecer com o governo em outros temas, mas visando fundamentalmente aliviar a barra para seus padrinhos.

Em breve, o tempo político de Lula ficará menor obrigando a uma atuação mais incisiva nessas duas frentes.

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