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Lula volta a criticar juros e diz que Selic a 13,75% é uma "excrescência"

 (crédito: Rovena Rosa/Agência Brasil)

(crédito: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Apesar de afirmar que não criticaria os juros durante pronunciamento na sede da Federação das Indústrias do estado de São Paulo (Fiesp), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não economizou ataques ao atual nível da taxa básica da economia (Selic), de 13,75% ao ano. Para ele, esse patamar é uma "excrescência".

"Neste país que o mercado financeiro tomou conta no lugar da indústria, o presidente (da República) não pode criticar o presidente do Banco Central. Mas é uma excrescência a taxa de juros hoje ser 13,75%. O país não merece isso", afirmou Lula, durante cerimônia de encerramento de evento em comemoração do Dia da Indústria.

Para Lula, é preciso que os juros caiam para que o empresário volte a investir e fazer o dinheiro circular no mercado. "Uma empresa que pega 18% de juros ao ano está comprando um atestado de óbito", disse aos presentes. "Tratem de ficarem atentos."

Diante das seguidas críticas de Lula aos juros, o mercado financeiro prevê mudanças nas metas de inflação na reunião de junho do Conselho Monetário Nacional (CMN). O presidente do BC, Roberto Campos Neto, vem alertando sobre os riscos da mudança na atual conjuntura, mas, em entrevista à Globonews, admitiu que um desfecho da questão ocorrerá em breve.

Atualmente, a meta é de 3,25% para 2023 e de 3% para 2024 e 2025. Setores do governo acreditam que, com um objetivo mais dilatado, o Banco Central poderia diminuir os juros de forma mais rápida.

Campos Neto disse ainda que vai cumprir integralmente seu mandato à frente do BC, que termina em dezembro de 2024. "Não vou abreviar", afirmou.

No evento da Fiesp, Lula comentou ainda o acordo de livre comércio que ven sendo negociado entre o Mercosul e a União Europeia. Ele reconheceu que o consenso poderá demorar, pois disse que não pretende abrir as compras governamentais para os europeus, porque quer proteger as pequenas e médias empresas nacionais.

"A gente não vai abrir mão. O acordo vai demorar, mas, da mesma forma que a França defende de forma muito fervorosa a sua indústria, vamos defender a pequena indústria nessa negociação", afirmou.

O presidente reiterou que sua prioridade é reduzir a pobreza. E voltou a afirmar que gastos com educação para melhorar a qualificação dos trabalhadores e combater a desigualdade social são investimentos, e não despesas.

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