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Ibovespa sobe 0,77%, aos 110,9 mil pontos, e avança 0,15% na semana

O Ibovespa encontrou fôlego para acentuar alta à tarde e colocar a semana no positivo, no fechamento desta sexta-feira, 26. Na sessão, o índice da B3 subiu 0,77%, aos 110.905,51 pontos, e acumulou leve ganho de 0,15% na semana, em que abriu com perdas até a quarta-feira e encerrou com avanços entre ontem e hoje. Assim, a referência conseguiu encadear a quinta semana de alta, em intervalo positivo que retrocede a 24 de abril. Saiu então de patamar inferior a 104 mil pontos, a 103,9 mil, para nível bem próximo dos 111 mil, cerca de 7 mil pontos adiante.

Embora em alguns pontos do intervalo os avanços tenham sido muito discretos, em recuperação gradual para o índice, desde trecho entre janeiro e fevereiro do ano passado o Ibovespa não colhia cinco semanas sem quebra de ganhos. Hoje, oscilou entre mínima de 109.900,40 e máxima de 111.705,53 pontos, com abertura aos 110.057,62. Após alguma recuperação em parte da semana, o giro financeiro voltou a se enfraquecer nesta sexta-feira, a R$ 21,8 bilhões. No mês, o Ibovespa sobe 6,20%, colocando a 1,07% a alta de 2023. O nível de fechamento desta sexta-feira foi o maior desde 1º de fevereiro, então aos 112 mil pontos.

Em Nova York, em semana na qual o otimismo em torno dos efeitos disruptivos da inteligência artificial impulsionou o setor de tecnologia, o índice Nasdaq fechou a sexta-feira em alta de 2,19% e o S&P 500, de 1,30% – na semana, o primeiro acumulou ganho de 2,51% e o índice amplo, de 0,32%, ambos à frente do blue chip Dow Jones, que subiu hoje 1,00%, mas cedeu terreno na semana. O período foi marcado também pelas negociações em torno do teto da dívida americana, e a tensão inicial vai dando lugar à expectativa de que uma solução seja encontrada nos próximos dias – e votada pelo Congresso até o meio da próxima semana para impedir um default.

Segundo a Reuters, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, estão se aproximando de acordo que aumentaria o teto da dívida, de US$ 31,4 trilhões, por dois anos, limitando os gastos na maioria dos itens, de acordo com uma fonte com conhecimento do assunto.

O desdobramento positivo também animou os mercados acionários da Europa nesta última sessão da semana, com recuperação para as ações do setor de petróleo por lá, movidas também por avanço pouco acima de 1% para o Brent e o WTI. Aqui, Petrobras ON e PN encerraram o dia em alta de 1,66% e 1,32%, respectivamente, enquanto Vale ON subiu 2,28% com o alívio proporcionado pela relativa recuperação do minério de ferro na China nesta sexta-feira, de volta ao limiar de US$ 100 por tonelada. Ainda assim, as perdas na ação da mineradora ficaram em 4,16% na semana – no mês, os papéis cedem até aqui 8,38% e, no ano, caem 23,73%.

“Com o petróleo na faixa de US$ 70 a US$ 80 por barril como agora, Petrobras vai bem, considerando que suas ações seguem muito descontadas em relação aos ‘peers’ internacionais, com o Ebitda que a empresa tem. Vale está muito amassada: depende demais da demanda chinesa e, com a incerteza sobre o nível de atividade no país, uma recuperação do preço do minério, que tem se mantido ali pelos US$ 100, fica condicionada a anúncio de medidas de estímulo à economia pelo governo de lá, o que não tem ocorrido”, diz Cesar Mikail, gestor de renda variável da Western Asset.

Por outro lado, ele ressalta o bom momento doméstico, com a confirmação de inflação mais acomodada no IPCA-15 e a aprovação do arcabouço fiscal na Câmara, ambos nesta semana: uma combinação positiva em momento no qual as projeções de mercado já vinham embutindo expectativa mais favorável para os índices de preços e os juros.

“A situação é boa para Bolsa, câmbio e curva de juros, que vem fechando, ajudando em especial as ações de consumo”, diz. “Até meados da próxima semana, quando deve vir a definição sobre o teto da dívida americana, ainda há espaço para a Bolsa andar. Mas definido isso, dependerá de novos gatilhos – e o comportamento dos juros tem sido um fator importante.”

A percepção do mercado é de que cortes na Selic virão no segundo semestre, com a desaceleração dos índices de inflação e segurança maior em torno da disposição do governo em não deixar que os gastos públicos fujam ao controle, embutida no arcabouço fiscal. E de que os juros das principais economias (EUA e zona do euro) estejam perto do pico, ainda que o processo de redução das taxas de referência, como os Fed funds, leve mais tempo para ser iniciado por lá, como se espera.

“Mercado ainda otimista com relação à regra fiscal, e a gente observa isso especialmente na curva de juros, com todos os vértices hoje em queda, refletindo dissipação de preocupações em torno da condução das contas públicas”, diz Paulo Luives, especialista da Valor Investimentos.

No entanto, considerando o espaço já recuperado pelo Ibovespa no mês, o quadro das expectativas do mercado para o desempenho do índice no curtíssimo prazo ficou um pouco mais conservador no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira, em relação ao levantamento da semana passada. A previsão de alta para o índice, porém, segue majoritária. Entre os participantes, 50,0% esperam ganhos e 37,50%, estabilidade. Para 12,50%, a Bolsa terá uma semana de perdas. No último Termômetro, a expectativa para esta semana era de avanço para 57,14% e de variação neutra para 42,86%, sem nenhuma resposta indicando baixa.

Na B3, o dia, como a semana, foi misto para as ações de grandes bancos, entre perda de 0,77% (Itaú PN) e leve ganho de 0,14% (Unit do Santander) na sessão, em que prevaleceu o sinal dado pela relativa recuperação, nesta sexta-feira, das gigantes do setor de commodities, Petrobras e Vale, assim como a de outros nomes do segmento metálico (Gerdau PN +3,10%, CSN ON +1,38%) nesta última sessão da semana. Na ponta do Ibovespa, destaque nesta sexta-feira para CVC (+11,19%) Gol (+6,66%) e Dexco (+5,79%). No lado oposto na sessão, Cielo (-3,19%), Assaí (-1,98%) e 3R Petroleum (-1,73%).

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