Na obra Rita Lee – Outra Autobiografia, lançada na última segunda-feira (22), a cantora deixou relatos de como encarou o câncer, desde a descoberta, em agosto de 2021, até o tratamento contra a doença.
No livro, a artista, falecida poucos dias antes da obra chegar ao grande público (08/05), aos 75 anos, confessou ter voltado a recorrer a remédios tarja preta após 15 anos longe do vício. Tudo aconteceu após o diagnóstico, ainda no hospital, enquanto aguardava para realizar novos exames.
“Não me lembro do que aconteceu no restante do dia porque comecei a me empapuçar de um tarja preta que havia descolado na véspera com um farmacêutico chapa, antevendo que a consulta com a otorrina talvez não fosse muito agradável. Passei a noite chapada e de repente estava na sala de cirurgia avisando o anestesista de que eu era dura na queda em matéria de ‘apagar””, contou ela.
Para enfrentar crises de pânico e a abstinência do cigarro, além dos sintomas do câncer, Rita Lee tomava a medicação longe dos olhares de médicos e enfermeiros, escondida no banheiro.
“Dizia para as enfermeiras que precisava ir ao banheiro e que queria privacidade. Nessas, eu enchia a cara de tarjas e saía da toalete mais ‘calminha’. A malandragem só durou um dia porque elas logo descobriram”, disse.
“Me senti culpada por ter tomado tarja preta depois de quinze anos limpa. Foi uma recaída relâmpago humilhante” , completou.
