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CPI do MST: Caiado repete Dino e interrompe sessão após discussão generalizada

A sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) encerrou mais cedo após uma troca de ataques pessoais entre o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), e deputados petistas em um debate polarizado, que ainda teve uma mulher expulsa da sala.

Parlamentares do governo usaram a fala para fazer acusações a um doador de campanha de Caiado e membros da família. O governador condenou os ataques e disse que o deputado Marcon (PT-RS) deveria ficar “calado” enquanto ele ainda tivesse tempo para falar. A divergência, então, tomou conta do plenário. “Mentiroso!” gritou sucessivamente o goiano. “Bandido!” devolveu o petista.

Sem mais condições de controlar a sessão, o presidente da CPI, Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), encerrou a audiência, reescrevendo num jogo de sinais invertidos, a ida do ministro da Justiça, Flávio Dino, à Comissão de Segurança Pública, quando ele, assim como Caiado saiu antes do previsto a gritos de “fujão” pelos opositores.

Não foi esse o único episódio acalorado no encontro da comissão nesta quarta-feira, 31. Convidado para participar no dia anterior, Caiado falou da gestão de Goiás contra a invasão de terras e cutucou o governo, que, àquela hora, ainda seguia rumo à incerta votação da medida provisória (MP) dos ministérios. “É fundamental que aprendam a fazer política. Desse jeito, não vai chegar a nada. Aonde matérias relevantes não podem ser votadas”, disse o governador a Marcon (PT-RS), que estava com o dedo em riste em direção à mesa, após a expulsão de uma mulher. “Vossa Excelência precisa salvar é governo, precisa construir maioria, precisa aprovar matéria de governo? O que adianta essa polarização assim?”

A mulher expulsa foi identificada como uma ativista da pauta da saúde. Ela gritava palavras de ordem contra a mesa e foi alvo de uma primeira tentativa de remoção do plenário. A resistência de parlamentares do PT e do PSOL fizeram o presidente da comissão recuar. Bastou ela reincidir nos atos para de fato a polícia ser acionada e garantir a saída.

Caiado aproveitou a fala para questionar a ausência estatutária do MST. “O MST não existe. Não tem entidade, não tem estatuto, não tem pessoa física que representa, não tem CPF, não tem CNPJ. Onde está rotulado de movimento?”, perguntou. Seguindo a discussão ideológica dentro da CPI, Caiado fez um discurso contra o comunismo e marxismo.

Tanto o presidente e o relator da comissão, Ricardo Salles (PL-SP) falam que os assentamentos do MST se usam de um espaço de “doutrinação marxista” para os membros que ocupam os espaços. A divergência entre parlamentares do PT e PSOL ante os do PL, PP, Republicanos e União gerou a discussões acaloradas.

Com o encerramento imprevisto da sessão, as seis matérias previstas para a votação não foram analisadas. Seriam pautados os convites para o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), César Fernando Schiavon Aldrich, o deputado estadual do Mato Grosso Gilberto Cattani (PL), o pecuarista Aldrin Fontana, Luis Henrique Granado Vieira, uma testemunha de uma suposta extorsão de ativistas do MST, João Nicolau, um empresário do ramo agrícola e Valter Marelli, identificado apenas como um “especialista” no assunto das invasões.

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