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Brasil possui mais de 1 milhão de escravos contemporâneos, indica Walk Free

O , conforme um relatório da ONG Walk Free. Conforme o dado, divulgado na última quarta-feira (24/05) com base em dados levantados em 2021, estima-se que cinco em cada mil habitantes do país (0,5%) são submetidos ao trabalho ou ao casamento forçado.

Segundo o relatório Índice Global de Escravidão 2023, da organização internacional de direitos humanos Walk Free, atualmente, o Brasil ocupa 11º lugar no ranking mundial de escravidão em comparação à 160 países. Dez países aglutinam dois terços das vítimas: Índia, China, Coreia do Norte, Paquistão, Rússia, Indonésia, Nigéria, Turquia, Bangladesh e Estados Unidos.

Proporcionalmente, a Coreia do Norte tem possui maior índice de escravos contemporâneos, 10,4% da população. Eritreia (9%), Mauritânia (3,2%), Arábia Saudita (2,1%) e Turquia (1,5%), aparecem logo atrás no ranking.

Já os que registram menos ocorrências são Suíça, Noruega, Alemanha, Holanda e Suécia. No caso da Coreia do Norte, calcula-se que haja 104,6 pessoas a cada 1 mil, em situação de escravidão contemporânea.

Em todo o mundo, a Walk Free estima, atualmente, existam 50 milhões de pessoas nessas condições – dez milhões a mais do que cinco anos antes. Dessas, 28 milhões estariam em trabalhos forçados e 22 milhões, em casamentos forçados.

O que é escravidão contemporânea?

A escravidão contemporânea abrange uma série de fatores, como trabalho forçado, a escravidão por dívida, o casamento forçado, práticas de escravidão e análogas à escravidão e tráfico de pessoas. Trata-se de um termo para classificar situações que podem estar presentes em diversos segmentos de atividade econômica, ou seja, pode ir do setor de confecção de roupas ao de agricultura e mineração, por exemplo. Outros contextos em que pode se instalar são as residências e os espaços destinados ao acolhimento de refugiados, destaca a entidade.

De acordo com o relatório, o Brasil ocupa o 9º lugar no ranking do continente americano, em termos de resposta do Poder Público, no contexto do resgate das vítimas desse tipo de exploração.Embora a Walk Free qualifique as ações brasileiras como "fortes", a entidade ressalta que o país, assim como o Estados Unidos, acaba sabotando esse conjunto de medidas, ao forçar pessoas a situações que vão "além das circunstâncias que as convenções internacionais consideram aceitáveis" de abuso, como o trabalho obrigatório imposto a detentos. Ainda no recorte das Américas, o Brasil entra na categoria intermediária, quando a análise diz respeito ao patamar de vulnerabilidade à escravidão.

Para comparar a estrutura de que lançam mãos os governos, diante da problemática da escravidão contemporânea, a organização leva em conta aspectos como mecanismos que o Poder Judiciário mantém para evitar mais casos e o apoio oferecido a vítimas, a fim de que possam sair do ciclo de violação de direitos. Outro elemento que pode afetar a colocação dos países no ranking é o modo como governo e empresariado que atua no país reagem perante os casos, se param de fornecer bens e serviços envolvidos com a cadeia de escravidão, boicotando quem a alimenta. No grupo com as melhores conduções da questão, estão países como Reino Unido, Austrália, Holanda, Portugal e Estados Unidos.

(Com informações de Agência Brasil)