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Ângelo, do Santos, diz que foi chamado de macaco em jogo da Sula

O atacante Ângelo, do Santos, relatou ter sido chamado de "macaco" na quarta-feira (24), enquanto caminhava para fora do gramado do Estádio El Teniente, em Rancagua, no Chile, onde o time perdeu por 2x1 para o Audax Italiano, pela Sul-Americana. A diretoria do clube revelou que o zagueiro Joaquim também foi alvo de ofensas racistas.

"O Santos Futebol Clube, novamente, vem a público denunciar e repudiar com veemência mais um caso de racismo no futebol. Dessa vez, os alvos das injúrias raciais foram nossos jogadores Ângelo e Joaquim. Os dois atletas foram atacados verbalmente e com gestos imitando macacos por torcedores adversários presentes na partida de hoje", informou o time paulista.

O Santos Futebol Clube, novamente, vem a público denunciar e repudiar com veemência mais um caso de racismo no futebol. Dessa vez, os alvos das injúrias raciais foram nossos jogadores Ângelo e Joaquim. Os dois atletas foram atacados verbalmente e com gestos imitando macacos por… pic.twitter.com/DG9V8mmUNA

— Santos FC (@SantosFC) May 25, 2023

Mais cedo, o atacante Ângelo já havia relatado ter sido chamado de "macaco" enquanto caminhava para fora do gramado. Os casos, de acordo com o Santos, já foram relatados para a Conmebol, de quem o clube brasileiro cobrou medidas.

"O crime foi denunciado pelo Santos FC, ainda dentro do estádio, para os representantes da Conmebol. Com os dois casos registrados oficialmente, o clube aguarda o posicionamento da entidade diante desta situação inaceitável", disse o clube.

Em entrevista coletiva, ao fim da partida, o técnico Odair Hellmann se mostrou indignado com os episódios de discriminação e também cobrou punições por parte da Conmebol.

"Eu não tenho cargo no clube em que tenho poder de decidir essas coisas, mas eu, dentro do campo de jogo, se passar uma situação dessa, que nesse caso foi no final da partida se não me engano, mas dentro do processo de jogo… o que temos de fazer? Acabar a partida, sair todo mundo de campo. Sair o adversário, sair nós. Que a Conmebol, a Fifa, a CBF busquem as pessoas e puna, tem câmera para todo lado hoje. Se não punir, isso vai continuar. Isso é um sofrimento histórico, irreparável", comentou.

O volante Camacho, que concedeu coletiva ao lado do treinador, também falou sobre o assunto. Ao comentar, citou Vinícius Júnior, do Real Madrid, que elevou o debate sobre racismo na Espanha ao adotar uma postura combativa após ser alvo de racismo em campo mais uma vez, no último domingo (21).

"A gente está em uma semana que teve o caso do Vinícius Júnior. É triste demais isso, espero que tenha punição, que aconteça alguma coisa. Não adianta a gente ficar falando aqui e não acontece nada", disse o volante, que só ficou sabendo da denúncia de Ângelo ao ser questionado sobre o tema.

Os dois casos de racismo acontecem numa semana marcada pela forte repercussão mundial dos ataques racistas sofridos por Vinícius Júnior na Espanha.

As ofensas, que o brasileiro sofreu no domingo durante partida do Real Madrid contra o Valencia, pelo Campeonato Espanhol, mobilizaram autoridades do Brasil e da Espanha, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e até o Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos.

"Como já foi dito, o racismo não deve ser apenas combatido, mas também punido severamente", reforçou a direção santista.